terça-feira, agosto 16, 2005
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Guia de Sobrevivência na Selva |
Lavando o pau na pia de lavar as mãos Existem ações condenadas pelas regras de conduta, etiqueta e boas maneiras.
Mas também existem momentos de nossa vida onde é necessário executar essas ações. A privacidade oferecida por um banheiro trancado é ideal para executar algumas delas, como enfiar o dedo no nariz, estourar aquela espinha na virilha ou cheirar o próprio suvaco (há quem se excite por cheirar o suvaco alheio... cada um, cada um).
Certa vez trabalhei com um cara que tinha o péssimo hábito de entrar no banheiro para ficar cutucando o próprio ouvido com a chave do carro.
Como eu sabia disso? Simples... ele tinha uma placa de metal na cabeça, e numa das vezes que ele entrou no W.C. para punhetar a orelha, o mecanismo de alarme do carro (que tinha o chip na chave) se ativou, a placa na cabeça magnetizou a chave atraindo-a e prendendo-a no ouvido do sujeito.
No estressante cotidiano do mercado de trabalho moderno, as vezes acontecem acidentes com o bimbalhão que nos obrigam a tomar uma medida higiênica estratégica com o fim de evitar constrangimentos para com os colegas de trabalho. Entre esses acidentes estão: polução diurna, ejaculação super-hiper-precoce (comumente ativada pela visão da minissaia da secretária do chefe, encoxadas no elevador ou pela imaginação fértil trabalhando em cima daquilo que a visão não alcança) e outros acontecimentos possíveis fora e dentro do próprio ambiente sanitário - como conseguir dar aquela rapidinha com a tiazinha da limpeza.
Como o banheiro do local de trabalho não é o banheiro da sua casa, urge-se tomar uma medida provisória ligeira para evitar o desconforto, mau-cheiro e as manchas nas roupas de baixo.
Antes de tudo, assegure-se que você não é um anão e tem altura o suficiente para baixar as calças e colocar o pau sobre a pia. Do contrário, e a menos que sua pica seja do tamanho da de um jegue, qualquer manobra para que a cabeça do seu pau alcance o jato de água da torneira é arriscada demais e pode causar constrangimentos maiores ainda do que os que aqui estamos tentando evitar.
Uma vez com o croquete desagasalhado, acomode-o da melhor maneira possível sobre a louça (lembre-se que não existe posição ideal, porque a pia não foi construída anatomicamente para esse fim) e, de modo calmo, passe água por sobre a glande. Para evitar surpresas, sustos e gritinhos afetados, atente para o fato da temperatura da água e do choque térmico que pode vir a seguir; se a água for fria, é inevitável a sensação de enrugamento, principalmente se você tiver acabado de urinar (água fria, urina quente... dhãg-dhãg-dhãg...).
Uma vez bem enxaguado, é a vez do sabonete.
Não use sabonete líquido, pois o cheiro dele ficará impregnado e todos se perguntarão que fragrância é aquela saindo de dentro da sua cueca.
Ensaboe com parcimônia, observando as pequenas micro-fissuras na glande que podem causar desconforto futuro.
Pronto. Ensaboado e cheiroso (não precisa cheirar), é só enxaguar novamente e secar.
Para secar, evite o uso de papel higiênico. Pedaços dele ficarão presos em pontos estratégicos, que se não forem bem removidos, transformar-se-ão em colheita de fungos, e você estará arriscado a contrair Sarcoma de Kapose - e há quem diga que foi assim que a Roberta Close se tornou o que é hoje.
Então, restam duas opções: a toalha de secar as mãos (recomendado) ou o jato de ar quente (perigoso, aconselhado em casos específicos).
Caso resolva usar a toalha, não fique com a consciência pesada. Se você for um rapaz asseado, seu pau foi bem limpo e você não estará transmitindo germes para seus colegas de trabalho quando estes secarem seus rostos, suas mãos ou, como você, qualquer outra parte do corpo, ali.
Na falta de jato de ar quente ou de toalha (ou no caso desta estar com cheiro de barril de sebo), leia uma revista e espere calmamente a secagem ao ar livre.
Aproveite esse tempo para retirar os pequenos pentelhos que cairam sobre a borda da pia. O crime perfeito não deve deixar pistas.
Agora o mais importante.
Durante as etapas mais práticas, evite de se lembrar daquela cantiga infantil (
"au au au, estou passando mau, passaram sabonete na cabeça do meu pau") para não ter nenhum ataque de riso com a situação ridícula na qual você se encontra, se desequilibrar e ficar numa situação mais ridícula ainda.
posted by Pinguim
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Plástico bolha é a verdade, a luz e e caminho.