sábado, outubro 22, 2005


Via Infernae

Após duas semanas trabalhando mais de 15 horas/dia (fora pelo final de semana passado, mas que também tive bons motivos para continuar sem dormir direito), finalmente consigo estabilizar as cousas e retornar à minha rotina normal. Posso novamente dar atenção a blog, tiras e flog.

Começo a acreditar cada vez mais nas pessoas que dizem que sou uma presença nociva sob o planeta... Ontem, por exemplo, por minha causa um amigo meu perdeu sua aula de cálculo (que eu não entenderia em 100 anos mesmo que tentasse, imagino então que não deva ser tão fácil para ele também, apesar da maior intimidade com números e fórmulas) e induzi uma amiga minha (mesmo que sem a intenção) ao primeiro pileque dela. Ela não ficou bêbada (acho), mas ficou levemente alterada. Tudo isso porque saindo do trabalho eu disse “vamos procurar um lugar pra tomar UMA cerveja?”.

Esta foi uma semana engraçada e estranha por vários motivos, e parte dela dediquei a obtenção de novos inimigos para minha galeria (que não são muitos, mas a maioria são pessoas que realmente não é saudável não tê-las a seu favor). Um deles foi por conseqüência de uma crise grave de sinceridade – em geral eu sou sincero o tempo todo, mas normalmente sou educado ao emitir minha opinião sobre algo, especialmente tratando-se de um amigo ou um colega de escritório ou coisa assim. No caso, além de colega, é um superior.

Tenho culpa? Entro na sala para falar com o coordenador da minha área e o cara estava numa conversa animada com uma menina que trabalha conosco. Ela ria e falava “Cara, você é chato pra caramba”. O sujeito responde “Eu não sou chato nada! Quer ver? Bardo*, eu sou chato?”.

Eu virei com a mesma expressão que estava enquanto falava sobre serviço com o coordenador e, sem alterá-la, falei “Bom... na maior parte do tempo é bastante” e virei e continuei a conversar sobre o serviço como se nada houvesse acontecido. Deixei o cara um bocado sem graça, e não, não dei aquela risadinha padrão para deixa-lo confortável pensando “aaah, mas só estava brincando...”

Eu não tenho mais somente tijolinhos no inferno, atualmente devo já ter alguns galpões inteiros.

*Não, não me chamam de Bardo no escritório, lá normalmente usam o nome que minha mãe levou nove meses para decidir.


posted by D. Vespa




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Plástico bolha é a verdade, a luz e e caminho.