quinta-feira, dezembro 01, 2005
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Apito de chamar doidos, contagem da semana. |
Há um sujeito lendário na zona leste de São Paulo que se auto-intitula
Ivan, o Terrível, que deve ser o candidato a vereador ou deputado mais pobre do mundo, e que muito provavelmente já perdeu toda sanidade que talvez algum dia tenha tido.
Ontem, estava eu por aquelas bandas a esperar um ônibus quando surge a figura em campanha, gritando para os carros que passavam "eu sou o Ivan! Votem em mim! Eu sou o Ivan" (sim, ele realmente tem número e partido pelo qual se lança), com um saco de plástico transparente imenso em uma das mãos acenando para tudo e todos. Até aí, tudo relativamente normal (já aprendi a não me surpreender com essas cenas nesta cidade, ainda mais ao meu redor) até que, entre as 6 ou 7 pessoas que estavam também no ponto, ele olha diretamente para mim e vem seco, sem sequer olhar para os lados.
"Paz Eterna" disse, estendendo a mão. Eu, cortês, estendi a mão e desejei o mesmo para ele, estranhando que ele tenha falado "oi, tudo bom?" ou "como vai?" ou qualquer uma destas frases mais comuns utilizadas em cumprimentos. Em seguida ele pergunta "Qual loja você freqüenta?", e tive que conter uma vontade absurda de rir, pois, coincidentemente, estou lendo um livro sobre conspiração Rosa Cruz, Maçonaria e outras sociedades (o Pendulo de Foucault, que tem no mínimo 15 anos a mais que o Código da Vinci, Anjos e Demônios e etc), e percebi que o cara me confundiu com um iniciado de alguma ordem, muito provavelmente Rosa Cruz por conta do ankh que eu uso de vez em quando, mas não fiquei para descobrir isto porque meu ônibus veio e eu aproveitei para fugir rapidinho antes que ele começasse a puxar muito assunto. Vai que eu descubro demais sobre algo e um belo dia aparece quinze templários na porta de casa me procurando, já me chega os evangélicos de sempre.
Anteontem um senhor, com olhar vazio e um tanto desnorteado porém feliz, andava com dois limpadores de pára-brisas na mão e eu, como de praxe, tentei não olhar diretamente para ele (pessoas assim são como assombrações, se você olha elas passam a existir e te seguem), mas não houve jeito: enfiou-se no meu caminho e compartilhou o achado dele comigo, perguntando 5 vezes consecutivas "olha só! Não está quase nova? É um desperdício. Não está quase nova?" e eu concordando "sim, sim, está quase nova mesmo". Ele me seguiu por meia quadra até ir, ainda na maior alegria do mundo, para o outro lado guardar a sua preciosidade.
Se não aparecessem estes tipos via internet também eu desconfiaria que é algum desequilíbrio de feromônios que atraem estas pessoas. Deve ter alguma explicação místico-religiosa ou coisa assim, não é possível uma coisa dessas. Tatuarei círculos de proteção nas costas, quem sabe resolva...
posted by D. Vespa
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Plástico bolha é a verdade, a luz e e caminho.