terça-feira, fevereiro 14, 2006



Estou ficando cada vez mais intolerante com algumas atitudes, em especial às contraditórias.

Estou cansado de gente que senta à mesa de um bar ou qualquer outra mesa, fala um monte sobre um assunto, mas não move uma palha para melhorar nada. Pior, faz exatamente o que critica nas outras pessoas. Cansado de gente que fica torcendo contra algo simplesmente porque, por exemplo, se gostava do partido X e quem assumiu foi o Y, toda e qualquer atitude do governante será devidamente esculhambada seja boa ou ruim - e ainda assim, se for boa e não houver como fazer alguma desfeita, simplesmente ignorar e começar papos como "mas em 1992, quando fulano era isso, ele fez aquilo". Se você disser ao sujeito que o favorito dele também pisou na bola (como TODOS os políticos fazem), ou ele dirá que é armação ou procurará outros dez defeitos nos candidatos eleitos para compensar o erro passado daquele que ele queria. Como se o erro de um justificasse o do outro. Não precisa concordar com a postura assumida pelo governante (pretendo anular meu voto na próxima eleição por não achar um único com quem eu concorde), mas admita e apóie quando ele faz algo que preste da mesma forma que você deve ser o primeiro a reclamar se ele fizer besteira, ao invés de ficar feito uma gralha dizendo "tá vendo? Eu te disse". Atitude covarde de quem não quer assumir sua responsabilidade dentro de uma sociedade, admitindo que a culpa é sempre do outro.

Cansado de gente que azucrina, faz discursos pró-qualquer-idiotice, mas nem sabe direito do que está falando. Quer parecer revolucionário porque é legal, ou realmente acredita imbecilmente que está conscientizando alguém de algo só tagarelando no ouvido dos outros sobre o que está errado - e, em 99% das vezes, sem apresentar UMA ÚNICA solução ou, no mínimo, uma solução pelo menos plausível (notem que há uma distância entre plausível e viável). Isso é terrível porque, aqueles que dentro destas instituições tem pretensões sérias, perdem sua força por conta do descrédito que esses cabeças-ocas atraem, atrapalhando o objetivo comum original de ser alcançado.

Cansado de falta de flexibilidade de pensamento, do apego a dogmas pessoais principalmente, do nunca questionar o que realmente interessa. E o que realmente interessa? É tão simples que é surpreendente que pouca gente se dê conta: é só se perguntar, em qualquer assunto que seja, se você tem certeza de até aonde vai sua razão dentro dele. Se sob o ponto de vista da outra pessoa, o assunto não pode ser encarado de outra forma (me refiro neste ponto a argumentação sólida dentro dentro dos assuntos. Uma árvore jamais será um alce só porque você quer).

Cansado de disse-que-disse. Esteve lá? Está inteirado do assunto? Tem fontes confiáveis? Então como pode conjecturar com quase certeza o que aconteceu e ainda incitar outras pessoas a aderirem ao que pensa, sem sequer ter o trabalho de averiguar se é isso mesmo ou não, especialmente se o caso for grave, sem alguma prova? Claro, é muuuito mais difícil ir até os envolvidos e perguntar (o que na maioria das vezes é completamente indolor, e evita imensas confusões) do que levantar hipóteses infelizes que muitas vezes estão completamente irreais, mas que são danosas de forma real. Não que não se possa levantar hipóteses sobre algum acontecimento, mas não é nada bom assumi-las como verdade antes de saber direito o que se passa. Ah sim, lembrando que me refiro a relacionamento pessoal aqui.

E isso tudo implica que eu não consigo mais ser diplomático com muitas pessoas. Antes até deixava passar uma coisa ou outra, relevava algum comentário infeliz ou desagradável (mesmo que maldoso), mas não dá mais. Eu prefiro começar um atrito a ter que deixar quieto, ao menos ela pára e pensa um pouco na própria atitude ou, ao menos, se vai fazer alguma coisa deste tipo, faz longe de mim.


posted by D. Vespa




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Plástico bolha é a verdade, a luz e e caminho.