domingo, maio 21, 2006
Não costumo falar sobre política - apesar de falar muito que não falo sobre política.
Primeiro, porque não tenho conhecimento para tanto. Segundo, porque eu nem mesmo voto, há pouco mais de 5 anos.
Independente disso, reconheço que acho estranho o comportamento político dentro do Brasil e, porque não dizer, de uma forma geral, a maneira como a democracia foi "construída".
Já foi provado de modo empírico que, quando o povo, como um todo, é burro, ele tende a fazer escolhas burras, principalmente no que se refere a escolha de seus governantes.
De um modo mais científico, se dentro de um espaço amostral de 400 cabeças-ocas, a maior parte desses cabeças-ocas é do tipo que rouba o troco da passagem do ônibus, mesmo que não precise desse troco, bastando para isso que a ocasião de sair impune apareça, um líder que saia dali tenderá a fazer o mesmo.
Hitler não matou não sei quantos milhões de judeus, negros e homossexuais. Se tivesse matado um por dia, não teria matado mais de 365 judeus, negros e homossexuais por ano - 366, num ano bissexto. O restante foi morto pelos alemães que compactuavam com Hitler em seus pseudo-ideais de soberania racial e política.
Sei que a culpa não é só do final da corda - o povo que vota.
Também não é só da outra ponta - os governantes, legisladores e congressistas, eleitos pelo povo.
A culpa também é (e talvez, principalmente) "deles"... aqueles que colocam, em uma ponta, as únicas opções de candidatos que temos para escolher.
Porque um dos motivos que me leva a não votar mais é a certeza que, independente de quem seja eleito, a situação continuará igual ou pior, simplesmente porque os candidados são escolhidos de modo que, independentemente de quem ganhe ou perca, as coisas assim sejam.
O que me espanta é que um pensamento bem lógico ainda não tenha sido levado a cabo ou, no mínimo, levado em consideração...
Se você quer construir uma casa, primeiro chama um arquiteto, para fazer a planta e viabilizar a obra, e depois um engenheiro, caso a obra seja de médio ou grande porte, e depois um ou mais pedreiros, para levantar as paredes e cuidarem de todo o resto.
Se você precisa de defesa legal e assessoria jurídica, chama um advogado.
Se você precisa de carne para churrasco e não sabe qual a melhor peça (seu bicha), pede auxílio a um açougueiro.
Em teoria, todos são profissionais que, ou estudaram para prestar tais serviços, ou possuem reservada experiência na área pelo tempo de atuação, e estão igualmente aptos a resolver tais problemas.
Então, porque o presidente de um país, bem como os ministros, os deputados, os prefeitos, vereadores e demais ocupantes de cargos políticos não precisam de estudo específico para desempenhar essas funções?
Quando me refiro a estudos específicos, me refiro a disciplinas gerais, desde economia, administração, ciência política, sociologia, ciências sociais, oratoria, e qualquer outra que, por conhecimento comum e análise histórica, esteja envolvida no cotidiano de um estadista.
O PCC - facção criminosa responsável pelas rebeliões do último final de semana nos presídios paulistas - já está dando o exemplo, ao pagar a faculdade de direito de seus futuros advogados.
Também acho que o PCC dá o exemplo ao pegar em armas para resolver seus problemas, mas esse post fica para outro dia.
posted by Pinguim
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Plástico bolha é a verdade, a luz e e caminho.